Fonte: www.pesca.sp.gov.br
Por: Antônio
Carlos Simões, Centro de Comunicação do Instituto de Pesca.
"A expectativa dos aquicultores, e daqueles que têm bastante vontade de investir
na atividade aquícola, é que possam se legalizar e aproveitar programas, como o Plano
Safra, para poder incrementar a produção de pescado no Brasil. Na última
estimativa para 2013, realizada por colegas de São Paulo, a produção gira em
torno de 110.000 toneladas", revela João Donato Scorvo Filho (scorvo@apta.sp.gov.br), pesquisador científico da APTA (Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios), órgão da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo. Para o cientista, o Brasil, que ainda não
começou a produzir, tem um potencial capaz de atingir 30 milhões de toneladas.
Além da tilápia, que é uma espécie exótica, o Brasil tem rica diversidade
piscícola. Apenas mencionando algumas espécies nativas de peixes, têm-se o
pirarucu, cobiçado em várias partes do mundo, e os peixes redondos (pacu,
tambaqui, pirapitinga e seus híbridos), muito apreciados no país e com muitas
chances de se tornarem peixes gourmet na Europa e Ásia. Em relação a
crustáceos, têm-se o camarão-rosa e o branco (espécies nativas), com sabor e
aparência melhores do que o ‘vanamei’ (única espécie exótica produzida no
país). Em termos de moluscos, ainda não se exploram várias conchas (berbigão,
vieira etc.) e os polvos, todos muito apreciados por consumidores.
Segundo João Donato, “O Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA divulgou que o
consumo já estaria acima dos 17 quilos/habitante ano. Não acredito nessa
estimativa. Estamos beirando os 10 quilos/habitante ano, o que seria um recorde
histórico. Esse consumo está sendo registrado muito mais pela participação do
pescado importado. Mesmo com o crescimento da produção, a importação tem
crescido mais do que a produção nacional”.
Para o cientista, o Brasil é um mercado cobiçado mundialmente por seu potencial
de consumo interno (mais de 200 milhões de habitantes). “Não estamos
conseguindo atender ao mercado interno, pois hoje é mais vantajoso vender no
mercado interno do que exportar, mas, se conseguirmos produzir em maior escala
e a preços competitivos, o mercado mundial está ávido por pescado.”
Outro ponto interessante revelado por Donato é o que diz respeito à cessão de
águas públicas, uma estratégia capaz de estimular o crescimento da produção, ou
seja, uma forma organizada de explorar um rico potencial de que dispomos (5
milhões de hectares de áreas alagadas). “O que está dificultando é a falta de
conhecimento sobre a atividade aquícola por parte dos órgãos ambientais; por
conta disso, há dificuldade na emissão das licenças ambientais.”
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