Tilápia é o peixe mais cultivado no Brasil (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo) |
A tilápia
é o peixe mais cultivado no Brasil. Representa 47% da produção nacional de
pescados. Mas a qualidade do produto final varia muito conforme o local em
decorrência da falta de padronização no manejo. Esta história começou a mudar
em 2011, quando o Sebrae, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o
Ministério da Pesca e Aquicultura e o Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (Inmetro) uniram forças para elaborar a normatização da
atividade. “Nosso objetivo é estimular o crescimento sustentável dos
pequenos negócios rurais em piscicultura mostrando práticas de segurança
alimentar, de proteção ambiental, bem como referentes à qualidade, à
produtividade e competitividade”, diz Newman Costa, Coordenadora Nacional de
Aquicultura e Pesca do Sebrae.
Há três anos, foram feitas visitas a polos produtores de vários
dez Estados com o intuito de identificar os principais entraves. Emerson
Esteves, produtor de Tilápias em Santa Fé do Sul (SP), foi um dos piscicultores
visitados. Na região, os principais problemas estão relacionados à falta de
padronização dos alevinos e principalmente da ração, que representa de 70 a 80%
dos custos da produção. O fato de não chegar devidamente balanceada prejudica a
conversão alimentar. Por isso, o normativo técnico prevê análises nas
formulações da ração para aumentar a produtividade.
Representantes do setor ajudaram na elaboração da proposta por
meio de reuniões presenciais, web conferências, e-mails e consultas públicas. O
objetivo é ajudar os produtores na superação também de outras
dificuldades: licenciamento, controle e monitoramento ambiental, práticas
higiênico-sanitárias e de manejo, qualidade final do produto, bem- estar
animal, rastreabilidade, qualidade da água e critérios de sustentabilidade.
A proposta do Sebrae e parceiros está em consulta pública
até 23 de março. Os interessados em conhecê-la e aprimorá-la basta acessar o
link. Após este prazo, todas as contribuições serão analisadas e, se
necessário, o documento será colocado novamente em consulta pública. Caso
contrário, a norma segue para a revisão e depois publicação. A adesão é
voluntária. “O interessado em seguir terá acesso ao know-how e toda tecnologia
testada e aprovada para reduzir as perdas, melhorar a qualidade do produto e
preservar o meio ambiente”, informa Newman.
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