O
anúncio de que a fiscalização de pescado seria mais intensa em 2016 já havia
sido antecipado no ano passado, mas os brasileiros não esperavam tamanho rigor
do Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa norte-americana.
Só em março deste ano, o FDA recusou 208 itens de
pescado distintos, um aumento de 36% nas rejeições do mesmo mês do ano passado.
E o produto com maior aumento de rechaço foi a lagosta brasileira (conhecida lá
como spiny lobster), segundo apurou o
portal Seafoodnews.com
Aparentemente, o FDA está rejeitando as lagostas por
conta de preocupações com a condição sanitária: o argumento usado é filth (imundície,
em uma tradução livre). O total de rejeições superou 100 itens em 2016, ante
apenas 1 rechaço no primeiro trimestre de 2015.
De
acordo com Paulo Gustavo, diretor-executivo
da Qualimar, o problema remonta ao ano passado. “Desde a safra
passada, as empresas brasileiras têm sofrido com o aumento da fiscalização do
FDA em portos americanos. Essa fiscalização é feita através de um teste
sensorial onde depois de detectado um odor acentuado no produto, este não é
autorizado”, conta.
Segundo o
executivo, os empresários de lagostas e seus clientes estão receosos. “Devido à
incerteza desta fiscalização. [como] métodos preventivos a este cenário irão
receber um ex-agente do FDA para nos orientar em como ter um produto de melhor
qualidade”, indica.
Para Alexandre Reis, da Bomar,
que também exporta lagostas brasileiras mas atualmente com foco maior na Ásia,
o problema está na tradição da pesca estar focada na cauda. “A lagosta
brasileira já chega descabeçada do barco, que passa muitos dias no mar, já com
a qualidade baixa.”
Por este motivo, ele alega que a atenção da empresa
está voltada à lagosta inteira. “Recebemos a lagosta inteira viva, buscando
mais o mercado asiático. A pouca cauda que entra somos muito exigentes e
compramos pouco, porque não aceitamos a qualidade do que tem vindo da praia”,
relata. “Se não mudar a pesca da lagosta de cauda para a inteira, vai continuar
esse problema de rechaço do FDA. Acredito
que, em 2016, muita gente vai quebrar a cara nos EUA”, conclui.
Fonte: http://seafoodbrasil.com.br
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