A fêmea foi levada ao Inpa para reabilitação devido um abscesso na região lombar
Fonte: INPA.Gov.br
Por Fernanda Farias
Belarmina, a fêmea de peixe-boi de aproximadamente 3 anos, foi devolvida nesta quinta-feira (7) ao semi-cativeiro, da Fazenda Seringal 25 de dezembro, localizada no município de Manacapuru, interior do Amazonas, após sua recuperação bem sucedida, realizada pela equipe da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).
Após a biometria realizada na última terça-feira (5) no tanque do Parque Aquático Robin C. Best pelo veterinário do Instituto Anselmo d´Affonseca, foi possível verificar o estado de saúde de Belarmina. “Depois da última biometria vimos que a fêmea apresentou uma melhora significativa, e está apta a voltar ao semi-cativeiro”, explicou o pesquisador.
Outro peixe-boi que foi levado para viver no semi-cativeiro foi o Tupi, um macho de 35 anos e de 2,5m. O animal vive no Inpa desde que foi resgatado recém nascido do rio Ariaú em Iranbuba, interior do Amazonas.
“O Tupi foi um dos primeiros animais que chegaram no Inpa, ele tinha poucos dias de vida quando foi resgatado pelo projeto e agora vai ficar aqui no semi-cativeiro junto com mais 10 peixes-bois”, disse d´Affonseca.
Reabilitação e Reintrodução
Devido ao sucesso do programa de reabilitação de peixes-bois resgatados realizado pela Ampa e pelo Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Inpa, gerou um excedente de animais com potencial para retornarem a natureza. “O programa de reabilitação permite a esses animais uma oportunidade de voltar a viver livremente no seu habitat natural, por meio do programa de reintrodução criado em 2008”, explicou d´Affonseca.
Segundo o veterinário, o programa de Reintrodução foi criado com intuito de aumentar a população de peixe-boi da Amazônia, e para isso a etapa do semi-cativeiro é de extrema importância. “Essa etapa é essencial para que o animal tenha sucesso na natureza, pois ele se readaptará gradualmente às condições do novo habitat, como temperatura da água, turbidez, e também a alimentação natural”, frisou.
Educação Ambiental
Para efetivar o processo de conservação dos peixes-bois da Amazônia, a Ampa, realiza educação ambiental em comunidades próximas às áreas de reintrodução, por meio do “Projeto Educação Ambiental: Estratégia de conservação do Peixe-boi da Amazônia nas comunidades ribeirinhas e alunos das escolas no município de Manacapuru – Amazonas”, financiado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza .
“São realizadas atividades de conscientização ambiental, principalmente com as comunidades ribeirinhas inseridas na área de reintrodução de peixes-bois da Amazônia. Vimos o quanto é importante trabalharmos juntamente com os professores no processo de ensinar crianças, o sentido da conservação desses animais”, comentou bióloga e educadora ambiental da Ampa, Isabel Reis.
Segundo a bióloga, a educação ambiental é de fundamental importância para concluir o ciclo de reintrodução dos peixes-bois à natureza, visto que, nessas áreas, a caça predatória é mais intensa, por ser uma carne bastante apreciada pela maioria das comunidades.
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