domingo, 7 de abril de 2013

Em 15 anos, instituto aumenta estoque de pirarucu em 447%, no Amazonas


Projeto de manejo sustentável ajuda a preservar espécie na Amazônia. Tradicional na culinária regional, espécie pode medir até três metros.


Fonte: G1.globo.com

Projeto envolve comunitários em todas as etapas do processo de manejo do pirarucu (Foto: Agecom/Divulgação).
Após 15 anos de fundação, o Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá conseguiu aumentar em aproximadamente 447% o estoque natural de pirarucu em áreas manejadas. No período, a atividade gerou cerca de R$ 10 milhões, o que beneficiou mais de mil pescadores.

Espécie pode medir até três metros de comprimento e pesar até 200 Kg (Foto: Agecom/Divulgação)
O programa tem o objetivo de promover a conservação de recursos pesqueiros nas reservas, estimular a exploração sustentável, gerar renda e melhorar a qualidade de vida das comunidades. A ação envolve os comunitários em todas as etapas do processo de manejo. Segundo o Instituto, em 2012, os ganhos dos pescadores envolvidos na iniciativa variaram entre R$ 126,40 e R$ 6.130,00.

Atividade de exploração do pirarucu no sistema demanejo é considerada sustentável (Foto: Agecom/Divulgação)
sistema de manejo é considerada sustentável. "A cota de pesca é definida a partir dos dados obtidos no levantamento do estoque (censo/contagem), de no máximo 30% dos pirarucus adultos contados, deixando os 70% restantes para assegurar a reprodução da espécie. E não capturando indivíduos juvenis", disse.

Durante o acompanhamento da pesca, os técnicos do programa monitoram as gônadas (órgão onde são produzidas as células sexuais), medindo, pesando e identificando o estádio gonadal em que se encontram (imaturo, em maturação, maduro e desovado)."Os dados são analisados com a finalidade de determinar se o estoque continua apresentando parâmetros de recrutamento similares aqueles observados em anos anteriores, visando identificar quaisquer sinais de impacto negativo do manejo sobre o estoque", afirmou Ana Cláudia.

De acordo com Ana Cláudia, o número de pirarucus juvenis contados na reserva é um forte indicador da saúde da espécie e do potencial de crescimento do peixe.
Couro do animal é utilizado como matéria-prima na região (Foto: Agecom/Divulgação)

Comunidades

Atualmente, o instituto assessora 27 comunidades e três colônias de pescadores dos municípios de Tefé, Alvarães e Maraã, que já fazem pesca de pirarucu (1.063 pescadores entre homens e mulheres). Mais 13 comunidades e 01 sindicato de pescadores do município de Maraã (615 pescadores entre homens e mulheres) estão em processo de discussão. Entre os parceiros do programa de manejo estão associações comunitárias, sindicatos e colônias de pescadores, Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc) o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/AM), órgão que licencia o manejo.



O pirarucu

Tradicional na culinária regional, o pirarucu (Arapaima gigas) ganhou status de bacalhau da Amazônia. A espécie pode medir até três metros de comprimento e pesar até 200 Kg.

O pirarucu ganhou status de bacalhau da Amazônia (Foto: Agecom/Divulgação)
Quase todas as partes do peixe são aproveitadas. A língua áspera costuma ser usada para ralar o guaraná (fruto utilizado para fabricação de bebidas). O filé do peixe é macio e sem espinhas. Os ribeirinhos costumam aproveitar as vísceras e ossos do pirarucu. O couro do animal é utilizado como matéria-prima para a produção de bolsas e sapatos de alta costura. Já as escamas servem para fabricação de peças de artesanato (brincos, colares, licha de unha).


Pirarucu de manejo do Programa de Pesca do
Instituto Mamirauá (Foto: Agecom/Divulgação)

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