quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Expectativa dos aquicultores

Por: Antônio Carlos Simões, Centro de Comunicação do Instituto de Pesca.


"A expectativa dos aquicultores, e daqueles que têm bastante vontade de investir na atividade aquícola, é que possam se legalizar e aproveitar programas, como o Plano Safra, para poder incrementar a produção de pescado no Brasil. Na última estimativa para 2013, realizada por colegas de São Paulo, a produção gira em torno de 110.000 toneladas", revela João Donato Scorvo Filho (scorvo@apta.sp.gov.br), pesquisador científico da APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Para o cientista, o Brasil, que ainda não começou a produzir, tem um potencial capaz de atingir 30 milhões de toneladas. 

Além da tilápia, que é uma espécie exótica, o Brasil tem rica diversidade piscícola. Apenas mencionando algumas espécies nativas de peixes, têm-se o pirarucu, cobiçado em várias partes do mundo, e os peixes redondos (pacu, tambaqui, pirapitinga e seus híbridos), muito apreciados no país e com muitas chances de se tornarem peixes gourmet na Europa e Ásia. Em relação a crustáceos, têm-se o camarão-rosa e o branco (espécies nativas), com sabor e aparência melhores do que o ‘vanamei’ (única espécie exótica produzida no país). Em termos de moluscos, ainda não se exploram várias conchas (berbigão, vieira etc.) e os polvos, todos muito apreciados por consumidores. 

Segundo João Donato, “O Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA divulgou que o consumo já estaria acima dos 17 quilos/habitante ano. Não acredito nessa estimativa. Estamos beirando os 10 quilos/habitante ano, o que seria um recorde histórico. Esse consumo está sendo registrado muito mais pela participação do pescado importado. Mesmo com o crescimento da produção, a importação tem crescido mais do que a produção nacional”. 

Para o cientista, o Brasil é um mercado cobiçado mundialmente por seu potencial de consumo interno (mais de 200 milhões de habitantes). “Não estamos conseguindo atender ao mercado interno, pois hoje é mais vantajoso vender no mercado interno do que exportar, mas, se conseguirmos produzir em maior escala e a preços competitivos, o mercado mundial está ávido por pescado.” 

Outro ponto interessante revelado por Donato é o que diz respeito à cessão de águas públicas, uma estratégia capaz de estimular o crescimento da produção, ou seja, uma forma organizada de explorar um rico potencial de que dispomos (5 milhões de hectares de áreas alagadas). “O que está dificultando é a falta de conhecimento sobre a atividade aquícola por parte dos órgãos ambientais; por conta disso, há dificuldade na emissão das licenças ambientais.” 

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