quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Vírus de ostra ameaça mercado mundial



O chamado vírus da herpes da ostra devastou 26% o da produção francesa desde 2008. Já na Austrália, o vírus matou 10 milhões de ostras em três dias. Os pesquisadores acreditam que a mudança climática deve piorar o cenário e agravar perdas de um marcado de US$ 4 bilhões.

A Organização Nacional de Pesquisa Industrial e Científica (CSIRO), da Austrália, e a Universidade da Tasmânia estão trabalhando para descobrir como a mudança da temperatura da água e o vírus podem afetar as ostras. “Você pode subir na cerca e observar suas vacas ou ovelhas, mas não dá para fazer isso com as ostras”, disse Nick Elliott, líder do grupo de pesquisas em agricultura da CSIRO, que está conduzindo o grupo de investigação em Hobart, Tasmânia, em entrevista ao site Bloomberg. “Não dá para medir o desempenho pela cara delas”.

Elliott espera que a reação das ostras responda às perguntas que estão assolando um setor global de US$ 4,1 bilhões que luta contra um vírus do herpes que pode ter uma taxa de mortalidade de 100%.

O Ostreid herpesvirus-1, também conhecido como Síndrome da Mortalidade de Ostras do Pacífico, pode ter uma mortalidade de 100%. O vírus ataca principalmente ostras com menos de um ano de idade, de acordo com o Instituto de Pesquisa Francês para a Exploração do Mar.

Na Europa, o vírus começa a matar ostras quando a temperatura da água chega a cerca de 16 graus Celsius. Os preços atacadistas europeus começaram a subir depois do primeiro surto francês, em 2008. Desde então o preço das ostras francesas aumentaram 36%, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica e Estatística, em Paris.

As infecções estão cada dia mais fortes. “Parece que ocorreu uma mutação em algum dos vírus historicamente comuns, que o transformou de um incômodo eventual a um matador. E ele matou em proporções nunca vistas antes”, disse Richard Whittington, professor de saúde animal da Universidade de Sidney.

A indústria de ostras na Austrália gera cerca de US$ 83 milhões/ano, de acordo com o governo. “Se o vírus chegar à Tasmânia e à Austrália Meridional, a indústria nacional de ostras estará em grandes problemas”, disse Graham Mair, administrador do programa de inovação para a produção do Centro Cooperativo Australiano de Pesquisa de Frutos do Mar, com sede em Adelaide. 

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