Fonte: www1.folha.uol.com.br
REINALDO JOSÉ LOPESCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA
REINALDO JOSÉ LOPESCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A queda da USP e da Unicamp neste ano no ranking THE precisa ser colocada em perspectiva mais ampla, tanto pelo que reflete com fidelidade a respeito do ensino superior brasileiro quanto pelo lado mais questionável desse tipo de avaliação.
O THE informa que os dois componentes que mais pesaram na queda foram pioras na pesquisa de reputação e no impacto da pesquisa produzida nessas universidades. São elementos bem diferentes.
A reputação é medida basicamente por questionários enviados a milhares de acadêmicos mundo afora. Não parece improvável que possa sofrer variações bruscas ano a ano. E, claro, a reputação é o clássico exemplo do fenômeno "quem é rico fica mais rico": a chance de Harvard, MIT e Oxford concentrarem as menções é sempre muito mais elevada.
Por outro lado, o intercâmbio internacional relativamente baixo e o pouco domínio do inglês são fatores reais que podem barrar um aumento mais consistente da reputação.
A coisa fica mais objetiva, porém, quando se fala no impacto da pesquisa, medido por citações --quantas vezes um artigo científico é citado por pesquisadores mundo afora
Nesse ponto, o consenso entre especialistas parece ser que o Brasil teve sucesso em aumentar o volume de artigos --é a 13ª nação em número--, mas a qualidade, medida (de modo cru, é verdade) pelo total de citações, deixa a desejar.
Seria um erro, porém, considerar essa uma barreira intransponível. No ranking por áreas do conhecimento, o THE coloca a USP num honroso 93º lugar em ciências biológicas.
O desafio, portanto, parece ser superar a "adolescência" focada na produção bruta de muitos artigos e identificar as áreas de pesquisa nas quais é possível fazer a diferença.
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