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A pequena ilha vulcânica localizada ao lado da costa oriental da África
está repleta de cães vadios, mais de 150000, diz Reha Hutin, presidente da
organização com sede em Paris Fondation 30 Millions d’Amis.
Hutin enviou uma equipe de filmagens a Réunion no Verão passado, para
obter provas documentais de que os animais vivos estavam a ser usados como isca para tubarões, com o objetivo de expor esta prática no programa da organização de
defesa dos direitos dos animais na televisão.
Não foi preciso muito tempo para que a equipe descobrisse três casos,
diz ela. Um vídeo e fotografias mostram os cães com diversos anzóis
profundamente presos nas patas e focinho. “Foi a partir daí que todos começaram
a levar a situação a sério, percebemos que era mesmo verdade.”
Um veterinário conseguiu tratar com sucesso um dos cães, o cão de seis
meses de idade com um anzol no focinho que se vê na foto acima, na SPA (Société
Protectrice des Animaux) da capital de Réunion, St.-Denis.
Ao contrário da maioria dos animais usados nesta prática, o cão era o
animal de estimação de alguém, revela Saliha Hadj-Djilani, repórter do programa de televisão da organização. O cão tinha, aparentemente, escapado de seus
captores e foi levado à SPA por um cidadão preocupado. Totalmente recuperado, o
animal já está de regresso a casa e à companhia dos donos.
Os outros dois casos descobertos pela organização francesa eram animais
vadios, que vivem agora em França com novos donos. A Fundação planeja financiar
um programa de esterilização dos animais vadios da ilha para reduzir o excesso
destes animais mas não será uma tarefa fácil. Hutin refere que muitos dos
locais consideram os animais vadios como pestes, “a vida de um cão vadio não
tem valor nenhum lá”.
Stephanie Roche da Fundação Brigitte Bardot, outro grupo de defesa dos
animais com sede em Paris, confirmou que animais vivos estavam a ser usados
como isco na ilha de Réunion. Mas, considera ela, não se trata de uma prática
comum. A organização Bardot tem vindo a combater esta prática desde há uma
década mas esta é a primeira vez que os políticos de Réunion reagiram
fortemente e com rapidez para acabar com esta prática, diz Roche. No mês
passado, passou a ser ilegal aos barcos de pesca transportar cães e gatos,
vivos ou mortos.
A embaixada francesa em Washington, D.C., emitiu um comunicado escrito
condenando a utilização de cães como isco de tubarão, enfatizando que tais
atos são ilegais e não serão tolerados em território francês. Segundo a
embaixada, estes são “casos muito isolados e as autoridades da ilha estão a
controlar a situação de perto”.
No início deste mês realizou-se o primeiro processo em que um pescador
foi acusado de usar cães vivos como isca. As autoridades descobriram um
cachorro com sete meses de idade na propriedade de John Claude Clain em Julho,
já com três anzóis espetados nas patas e focinho.
Clain, um entregador de pão com 51 anos, foi considerado culpado de
crueldade contra os animais e multado em €5000, relata o jornal local Clicanoo.
No entanto, o pescador amador alega que não usou o cachorro como isca mas que o
animal se tinha enredado numa armadilha para proteção da capoeira.
O caso de Clain não é único, diz Fabienne Jouve da GRAAL (Groupement de
Réflexion et d’Action pour l’Animal), uma organização de defesa dos direitos
dos animais com base em Charenton-le-Pont, França. “Ultimamente, quase todas as
semanas, temos encontrado cães com anzóis na ilha, para não falar de gatos
encontrados nas praias e parcialmente devorados por tubarões.”
Uma vez que os pescadores capturem os animais, colocam-lhes
imediatamente anzóis, “ou pelo menos no dia anterior, para que sangrem o
suficiente”. Alguns escapam antes de serem atirados ao mar, outros não têm essa
sorte.
Após os anzóis serem colocados nas patas e/ou focinhos, os animais são
atados a tubos infláveis com linha de pesca e largados no mar, relata o
Clicanoo. Para evitar a deteção, os pescadores colocam a isca no meio da noite
e regressam de manhã para verificar se capturaram algum tubarão.
“Este tipo de prática não tem qualquer tipo de desculpa em pleno
século XXI”, diz Jouve.
A organização americana Sea Shepherd Conservation Society de Friday
Harbor, no estado de Washington, está a oferecer uma recompensa de U.S. $1000
aos agentes da polícia de Réunion que prenda pessoas que utilizem cães e gatos
como isca para tubarões.
Tanto a Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals do Reino
Unido, como a Fondation 30 Millions d’Amis estão a apelar aos amigos dos
animais que assinem uma petição exigindo ao governo francês a implementação de
medidas legais contra a utilização de cães e gatos vivos como isca de tubarões.
‘O Homem tem feito na Terra um inferno para os animais.’ Arthur Schopenhauer
Gente, o cão está chorando, assim como eu ao ver isso. Meu Deus, porque tanta crueldade??? Não se pode permitir que continuem a fazer isso!
ResponderExcluirEstou vendo a tão nojenta atitude de crueldade que estão fazendo com esses animais. Assim como a Solange observou os cães chorando o mesmo posso dizer, uma dor crua e de sacrifício. Gente precisamos divulgar mais e mais esses atos para proteger os animais que não podem se defender dessas pessoas que mereciam ser tratadas da mesma forma e depois serem presas e conhecidas em todo o mundo.
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