Ilustração sugere como seria o peixe 'Entelognathus primordialis' (Foto: Divulgação/Brian Choo) |
Fonte: http://epoca.globo.com
Recém-descoberto, o
'Entelognathus primordialis' viveu há mais de 400 milhões de anos na China.
Seus ossos faciais podem ser as raízes da mandíbula moderna
Cientistas descobriram fósseis de
um peixe que dizem ser a primeira criatura terrestre a possuir o que pode ser
reconhecido como uma face. Entelognathus
primordialis é uma espécie pré-histórica que viveu há cerca de 419 milhões de
anos nos mares da China. A descoberta foi publicada nesta quarta-feira (25) no
periódico científico Nature.
O peixe é o mais antigo animal
conhecido a ter ossos da face e da mandíbula comparáveis às dos peixes ósseos e
dos animais terrestres de hoje, incluindo os seres humanos. Segundo os
cientistas, o animal tinha boca grande, testa baixa e plana e olhos pequenos e
quase imóveis. Pertencia à extinta classe dos placodermos.
Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, coordenados pelo
cientista Min Zhu, encontraram os fósseis em uma reserva na província de
Yunnan, na China. Não pareciam ossos muito diferentes, até serem levados para o
laboratório e terem recebido uma limpeza. Logo a incrível preservação dos ossos
faciais ficou evidente.
Segundo cientistas, antes de os peixes
terem a face como as das espécies modernas, eles possuíam aparência muito
incomum. Alguns peixes sem mandíbula tinham cabeças largas em formato de pá,
com olhos voltados para cima. Outros tinham corpos estreitos e um olho em cada
lado da cabeça. Peixes sem mandíbula existem até hoje, como as enguias.
O detalhe dos fósseis da espécie 'Entelognathus primordialis' (Foto: Divulgação/Zhu, M. et al. Nature) |
A nova descoberta pode ajudar a elucidar existência da mandíbula dos
peixes, um mistério para a ciência há anos. Os pesquisadores suspeitam que
ancestrais do Entelognathus
primordialis tenham se afastado do fundo do mar e, lá, mandíbulas podem
ter sido úteis para capturar presas maiores e mais rápidas.
Por outro lado, Brian Choo, um dos autores
da pesquisa, acredita que as mandíbulas podem ter surgido inicialmente pela
respiração, como um aparelho para controlar o fluxo de água através das
guelras.
De qualquer forma, a pesquisa sugere agora
que ossos do crânio e da face humana, assim como nossa clavícula, podem ter
derivado dos antigos ossos dos placodermos, classe do recém-descoberto peixe
pré-histórico.
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