Este é o objetivo maior do projeto de melhoramento genético para
crescimento e ganho de peso do camarão branco
do pacífico, o Litopenaeus vannamei, que a Embrapa Meio-Norte vem
executando no município de Parnaíba, a 348 quilômetros ao norte de Teresina,
capital do Estado do Piauí.
O
projeto, coordenado pelo pesquisador Luiz Carlos Guilherme, tem como uma das
metas aumentar em 5 por cento o ganho de peso por animal melhorado
geneticamente, por geração. É meta também aumentar o número de ciclos de
engorda anual. Hoje, em média no Brasil, o camarão
branco produzido em cativeiro é comercializado em 75 dias após o
início da engorda.
A equipe que conduz o projeto, formada pelo pesquisador Laurindo
André Rodrigues e o bolsista Ubaldo Bécquer Zúñiga, além de Luiz Guilherme,
está entusiasmada com os primeiros resultados. Eles indicam uma herdabilidade —
a herança genética — de peso e comprimento total de 30 por cento e 23 por
cento, respectivamente dos animais estudados.
Este resultado, segundo os pesquisadores, aponta para uma
conclusão animadora: a variância genética aditiva, que é transmitida de pai
para filho, pode ser explorada em programas de melhoramento genético. “Podemos
agora pensar mais longe nos estudos com essa espécie, buscando uma maior
produção e oferta de camarão na
região”, diz Luiz Guilherme.
O trabalho é desenvolvido em uma boa estrutura de pesquisa, com
uma unidade de larvicultura, que dispõe de 72 caixas de água de mil litros. A
unidade, que ocupa uma área de 450 metros quadrados, é mantida sob uma estufa
agrícola. As caixas têm kits com sistema simplificado de recirculação de água,
coletor automático de resíduos, além de um suporte medusa para desenvolvimento
de bactérias e um dosador para solução tampão.
Financiado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), com
orçamento total de R$ 150 mil, o projeto é desenvolvimento em parceria com a
iniciativa privada. Participam dele as empresas Aquacrusta e Copescal, dos
municípios de Acaraú e Aracati, no Ceará; e Sealife, de Parnaíba. As ações de
pesquisa começaram em 2011 e vão até o final deste ano.
Nativo do Oceano Pacífico leste, o camarão branco predomina em 95 por cento das
criações no Brasil. O Nordeste é responsável por cerca de 92 por cento de toda
a produção brasileira dessa espécie. Juntos, os estados do Rio Grande do Norte
e Ceará respondem por 70 por cento da produção. Bahia, Pernambuco e Piauí
também se destacam na atividade. Em 2010, segundo a Associação Brasileira dos
Criadores de Camarão (ABCC), a produção brasileira chegou a 80 mil toneladas.
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